Geração Capim Santo

Em culturas antigas existe a tradição de respeito e reverência às pessoas mais antigas. Assim é em Terra Mirim. A expressão “As Antigas” delimita um grupo de mulheres específico, XamAM, Khalyna Gomes, Mhinana Reis, Andiara Leão, Zuca e Savayah. As pessoas das gerações novas consultam As Antigas para tomar decisões, ouvir conselhos e ensinamentos. Junto a elas, o xamã Dhan Ribeiro e o Professor e contador de histórias, Joseh Severiano, compõe a Geração Capim Santo, geração que sonhou e estruturou Terra Mirim e, a maioria, presente desde a primeira ata de construção.

São as (os) doadoras das memórias da Mãe Terra; canais de passagem dessas memórias. Essas ‘MulheresMedicina’ formam o Conselho das Anciãs, presente no estatuto da Fundação. É um conselho consultivo, mas, ao mesmo tempo, deliberativo, para onde são levadas as questões mais profundas, a instância onde consultamos a sabedoria de terra mirim.

A XamAM é psicóloga de formação acadêmica, escritora e xamã. Unindo esses três talentos em um único caminho, gestou a Fundação Terra Mirim. Participou de seu nascimento, crescimento, expansão e até hoje, 27 anos passados, faz questão de acompanhar cada passo. Devota incansável, leva a mensagem do Xamanismo da Deusa Mãe aonde quer que vá. Guiada pelos quatro elementos da natureza, a terra, o ar, a água e o fogo, segue realizando o que chama “meu destino”.

Khalyna Gomes é xamã e terapeuta naturista, está desde o início da formação da Mirim. Com formação acadêmica em Administração, desempenha diversas funções dentro da Fundação, hoje é responsável pela ‘Nutrição’, fortalecendo a prática da nutrição além do alimento, do corpo e alma.

Mhinana, ervateira e educadora da antropologia, é guardiã do reino vegetal e suas diversas linguagens (trabalho com jardim, banhos, florais etc). Coordenou os Projetos Águas Puras I e II, em parceria com o Fundo Nacional do Meio Ambiente, nascido a partir do trabalho comunitário semanal de limpeza do Rio Itamboatá, por dois anos, e da consciência da necessidade de preservação da natureza da região. Esses projetos ampliaram a relação de Terra Mirim com os povos tradicionais e quilombolas do Vale do Itamboatá, seus vizinhos. Atualmente, uma das ações que permanece é a de revegetação das matas ciliares do rio Itamboatá, com mais de 30 mil mudas produzidas.

Andiara Leão, xamã da lua, trabalha com rituais e massagem xamânica, aliando espiritualidade e conhecimentos das terapias corporais. Ela chegou a Mirim também no início, nos anos 1990, terminando a graduação em filosofia e prestes a se dedicar ao Mestrado em Estética, mas seu destino mudou completamente quando conheceu a XamAM. Hoje, são mais de 20 anos conduzindo o tradicional Rito da Lua Cheia.

Zuca também é guardiã das ervas nativas da mata atlântica. Professora, geógrafa e ervateira, hoje a sua sala de aula são as salas verdes deste grande templo. Cuida diariamente dos viveiros de mudas (ervas e árvores) e está sempre pronta para transmitir esse valioso conhecimento para os que chegam.

Savayah é terapeuta tântrica e sacerdotisa conduz o rito de nascimento do tambor xamânico, além de outras medicinas. Profissionalmente, é formada como Gestora de Recursos Humanos, experiência que trouxe para área de recursos humanos (prestadores de serviço – FTM) e gestão de finanças específicas.

Dhan , companheiro de jornada da XamAM, é ayahuasqueiro, conduz Ritos com a Medicina Sagrada de Aya e na área da literatura e design é o gestor da editora Kalango, pela qual muitas obras da XamAM são publicadas. Dhan chegou na comunidade bem no início, de bicicleta. Ele conta que na hora de voltar o pneu furou. Lá, ele permanece até hoje. “Cheguei em Terra Mirim em 1994, buscando uma vivência que me oportunizasse um encontro mais profundo com minha essência”.

Joseh Severiano, professor universitário e artista, acompanhou Terra Mirim desde o início. Ele traz o xamanismo para o campo acadêmico e também é um guardião dessa tradição sagrada, xamanismo da Deusa Mãe. “Lembro que logo quando cheguei eu subia nas árvores altas e pulava de lá de cima no chão, fazia muitas coisas assim, simples e divertidas. Foi um reencontro!”.

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